Exemplos de marketing político não servem apenas para inspirar: servem para copiar, adaptar e vencer. Quem tem juízo, aprende com os erros dos outros. Quem tem ambição, aprende com os acertos também. O marketing político não é mais o que era há 10 anos. Ele não é mais feito só de jingles, panfletos e horário eleitoral. Hoje, o que move uma campanha é atenção. E mais do que isso: manutenção da atenção. Se o eleitor não te vê, não te escuta, não te engaja — você simplesmente não existe.
Nesse artigo, vamos dissecar exemplos que deram certo. Casos reais. Históricos ou recentes. Clássicos ou polêmicos. Mas todos com um ponto em comum: conseguiram fazer o eleitor olhar. E quando o eleitor olha, ele já está a um passo de votar.
Quando o símbolo vence o discurso: Jânio Quadros e a vassourinha
Em 1960, Jânio Quadros venceu a eleição presidencial com uma arma simples: uma vassoura. Nada mais simbólico. Nada mais direto. Ele prometia “varrer a corrupção” do país. E usou essa imagem de forma massiva: jingle, panfletos, comícios, faixas, tudo com a vassoura como símbolo central.
Jânio não falava bonito. Mas falava o que as pessoas queriam ouvir. Ele tinha um bordão. Um gesto. Um símbolo. Isso cola. Isso gruda. Isso gera memória. E política é memória.
Quando o slogan vira movimento: Obama e o “Yes, We Can”
Barack Obama, em 2008, não apenas criou um slogan. Criou um sentimento. “Yes, we can” era mais do que uma frase. Era um grito coletivo, de esperança e empoderamento. Virou música, virou hashtag, virou tatuagem. Era marketing político e branding pessoal ao mesmo tempo.
A campanha de Obama foi digital antes de todo mundo. Usou e-mail marketing, redes sociais, SMS, YouTube. Mas nada disso funcionaria sem a narrativa certa. E ele tinha. Um outsider. Negro. Contra o sistema. Com uma história forte e uma mensagem clara: juntos, podemos.
Quando o grupo da família decide: Bolsonaro e o WhatsApp
Bolsonaro venceu em 2018 com menos tempo de TV do que qualquer outro candidato competitivo. Ele não tinha os maiores partidos. Nem os maiores marqueteiros. Tinha algo muito mais poderoso: uma rede espontânea de distribuição de conteúdo.
Vídeos curtos. Memes. Fake news. Prints. Frases de efeito. Confronto. E, acima de tudo, linguagem popular. Enquanto seus adversários escreviam programas de governo, ele escrevia manchetes. A guerra foi pelo WhatsApp. E ele venceu.
O que isso nos ensina? Que comunicação direta, emocional e distribuída em rede vence qualquer plano de mídia tradicional. E que engajamento orgânico vale mais que tempo de televisão.
Quando o conteúdo vale mais que o cargo: Nikolas Ferreira
Nikolas Ferreira foi eleito deputado federal em 2022 com mais de 1,4 milhão de votos. Foi o mais votado do Brasil. Eleito pela base bolsonarista, surfou na onda da internet como poucos.
Mas não se engane: não era apenas ideologia. Era método. Nikolas se comportava como um criador de conteúdo. Entendia algoritmo. Sabia editar vídeos. Usava storytelling. Criava ganchos. Repetia ideias. Explorava polêmicas. E se posicionava com clareza. Em todos os vídeos, havia um vilão, uma pauta quente e um call to action.
Ele virou um influenciador político. Falava de política como se fosse entretenimento. E isso gerava retenção, seguidores, votos.
O que esses exemplos de marketing político ensinam para a sua campanha
Esses casos não são apenas curiosidades. Eles ensinam princípios que você pode aplicar agora, com o orçamento que tem, na cidade onde está e com o público que quer atingir. Vamos a eles:
- Atenção é pré-requisito. Antes de convencer, você precisa ser notado. E isso exige ruptura, surpresa, impacto. Seja no símbolo, no vídeo, na pauta ou no formato — você precisa sair do que é comum.
- Repetição funciona. Todo exemplo citado usou ideias-força de forma obsessiva. A vassoura de Jânio. O slogan de Obama. Os bordões de Bolsonaro. O storytelling de Nikolas. A repetição fixa imagem e discurso.
- Emoção é argumento. Em todos os casos, o conteúdo conectava com algum sentimento forte: indignação, esperança, orgulho, medo. Emoção é o que move o eleitor. Razão é bônus.
- Conteúdo é mais importante que estética. Nenhum dos exemplos precisou de produção caríssima. O que contava era o timing, a relevância e o impacto da mensagem. Vídeo de celular pode vencer produção de cinema.
- Quem viraliza, vence. A lógica da campanha é a mesma da internet: se as pessoas não compartilham você, você não existe. Toda estratégia precisa ser pensada para facilitar o compartilhamento. Simplifique, polarize, personalize.
Como aplicar esses exemplos de marketing político
Vamos do conceito à prática:
- Escolha um símbolo. Pode ser uma frase, um gesto, um acessório. Algo que represente sua campanha e que seja facilmente replicável. Use em todos os posts, vídeos, materiais.
- Defina um inimigo. Todo herói precisa de um vilão. Corrupção, sistema, abandono, desigualdade. Escolha um alvo simbólico. É mais fácil engajar contra algo do que a favor de algo abstrato.
- Foque na dor do eleitor. Não fale do que é importante para você. Fale do que é urgente para ele. Buraco, posto de saúde, escola ruim, falta de água. Identifique a dor e proponha uma solução simples.
- Grave vídeos com celular. Sem roteiros complicados. Use linguagem direta, frases curtas, tempo real. Fale com emoção. E nunca termine sem uma chamada para ação (CTA): compartilhe, comente, cadastre, denuncie, envie.
- Poste todo dia. A frequência é o que transforma conteúdo em presença. Não adianta um bom vídeo por mês. É melhor 30 bons vídeos simples por mês do que 3 lindos e caros. Quem não aparece, desaparece.
- Esteja onde o eleitor está. Instagram, Facebook, WhatsApp, rua, bairro. Distribua sua mensagem como se estivesse distribuindo panfleto. Mas com estratégia, com narrativa e com objetivo.
- E nunca, jamais, desperdice a atenção conquistada. Depois que o eleitor te notou, faça ele lembrar, confiar e querer caminhar com você. Atenção é o início. O fim é o voto.
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